A prefeitura de Salvador publicou, nesta quinta-feira (31), o decreto que dispõe sobre o funcionamento em regime de trabalho intensivo, declara estado de alerta dos órgãos municipais e institui a Operação Chuva para 2022.
Coordenada pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (SECIS), a iniciativa busca mitigar o impacto do período de alta nos índices pluviométricos na capital baiana entre março e junho deste ano.
A operação será dividida em duas etapas. A primeira, com ações preventivas, durante o mês de março; e a segunda, entre abril e junho, com ações de monitoramento e resposta a situações de risco ou desastre.
Dentre as ações do primeiro mês estão previstas a limpeza de canais e córregos, manutenção da rede de micro e macrodrenagem, vistoria e poda de árvores com risco de desabamento, além da limpeza de encostas e outras medidas de sensibilização e conscientização da população e procedimentos em escadarias.
Na etapa de alerta estão a remoção de moradores em situações de risco, demolição de imóveis e construções condenadas, ações de socorro e assistência, bem como a intensificação de vistorias técnicas de imóveis e áreas de risco.
Estão previstas a adoção do estado de alerta em diferentes órgãos municipais, a exemplo da Defesa Civil de Salvador (Codesal), diretorias da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Guarda Civil Municipal, Limpurb, Desal e das Prefeituras-Bairro.
Outras pastas deverão ser desempenhadas para a operação especial, de acordo com as necessidades vistas durante a execução.
No ano passado, quase 5 mil vistorias foram realizadas em áreas de risco de Salvador durante a Operação Chuva, realizada entre 1º de março e 30 de junho. De acordo com o balanço divulgado pela gestão, as principais ocorrências foram de orientação técnica (1.356), ameaça de deslizamento (1.277), ameaça de desabamento (1.038) e deslizamento de terra (3.650).
Dentre os registros estão chamados em áreas sob administração das Prefeituras-Bairro Centro/Brotas (1.756), Liberdade/São Caetano (1.016), Subúrbio Ilhas (990), Cabula/Tancredo Neves (716) e Pau da Lima (694).
De março a junho, segundo o balanço foram 1.454 cadastros foram feitos e encaminhados para a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) para a análise dos pedidos de benefícios eventuais, a exemplo de auxílio-moradia ou auxílio-emergência para pessoas que sofreram com alagamentos, deslizamentos de terra e desabamentos.
Como parte das ações preventivas, a Codesal aplicou quase 133 mil m² de lona plástica em 693 áreas desde 1º de janeiro, para a impermeabilização de terrenos de encostas. Além da colocação de lona, as equipes da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) realizaram serviços de capinação, roçagem, retirada de entulho, remoção de terra, lixo e limpeza de valetas. A manutenção da rede de micro e macrodrenagem, realizadas pela Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), também integrou o escopo de ações contínuas. Dentro do Projeto Casarões, realizado durante todo o ano, as vistorias já contabilizam 1.536 imóveis.
Em abril de 2021, o mês mais chuvoso da Operação Chuva, foram acionadas nove sirenes do Sistema de Alerta e Alarme em oito localidades: Alto da Terezinha/Mamede, Castelo Branco/Moscou, Sete de Abril/Bosque Real, Calabetão, Bom Juá, Lobato/Voluntários da Pátria, Capelinha/Vila Picasso e São Caetano/Baixa do Cacau. Durante o período, 155 pessoas foram evacuadas de suas casas e conduzidas à abrigos instalados em nove escolas municipais das regiões atingidas.